II Encontro de Bibliotecas Escolares de Barcelos muito participado



Subordinado ao tema “Bibliotecas em Linh@: Informação, Tecnologia, Novas Leituras”, o encontro foi aberto pelo presidente da Câmara Municipal de Barcelos. Miguel Costa Gomes salientou o forte investimento que o Município tem feito no setor da Educação, destacando o apoio às 25 bibliotecas escolares concelhias.

No dia 9, realizaram-se quatro painéis. O primeiro, intitulado “Leitura sem fronteiras: da biblioteca ao leitor”, teve a participação de Manuela Barreto Nunes, da Universidade Portucalense, que falou da importância de se conhecerem as práticas de literacia digital dos adolescentes para uma melhor promoção da leitura nas bibliotecas.

Destacando que a literacia digital é uma forma específica de pensar e agir face à informação, citou, como exemplo das várias maneiras de ler, o caso de Arnau, um jovem catalão que afirmava de si próprio: “Apesar de não ler, sei que sou esperto”, pois manuseava as novas tecnologias como ninguém.

Por sua vez, Isabel Costa mostrou como se faz a promoção da leitura e da literacia, desde os jovens aos seniores, na Biblioteca Municipal que dirige, a de Valença.

O segundo painel subordinado ao tema “(In)formação e Novos Ambientes de Aprendizagem” contou com a participação de Luís Borges Gouveia, da Universidade Portucalense, que abordou questões como tirar partido do digital, dos computadores e das redes, para melhorar a qualidade de vida das pessoas e das organziações, designadamente das bibliotecas.


Por sua vez, Pedro Príncipe, dos Serviços de Documentação da Universidade do Minho, falou dos Projectos Open Acess, isto é, das ferramentas de web social nas bibliotecas e das oportunidades e estratégias de ação.

O terceiro painel subordinado ao tema “Navegação Segura: Uma Questão de Educação” teve a partitipação de Maria José Loureiro, da Universidade de Aveiro, que abordou aspetos relacionados com a navegação consciente e esclarecida, redes sociais e a forma de evitar alguns perigos a que os jovens, em idades vulneráveis, estão sujeitos e o papel da escola na educação para estes aspetos, nomeadamente o programa “Seguranet”, da ERTE/DGE.

Já Alvim Braga, inspetor da Polícia Judiciária, alertou para os perigos que a generalidade das pessoas, mas muito particularmente os jovens, corre ao utilizar a net, pois deixam-se aliciar por falsas promessas e encontros, pondo a sua segurança em perigo. Indicou alguns cuidados a ter, entre os quais, a mudança periódica da palavra passe.

O quarto painel, subordinado ao tema “Desafios da leitura: do Saber ao Partilhar” teve a participação de Maria Pedrosa, professora bibliotecária da Escola Básica de Vale de Ferreiros-Gondomar, que falou da bi blioterapia, isto é, do papel da leitura como catarse das emoções e de auto-conhecimento, partindo do livro, ou seja, do texto narrativo ficcional como ponte de comunicação com o leitor.

Por sua vez, Florinda Bogas, da Escola Secundária de Barcelinhos, Joaquim Areias Duarte e Artur Durão, da Escola Secundária Alcaides de Faria e Isabel Veloso, ex-aluna deste estabelecimento de ensino, falaram do projecto editorial Antologia Poética do Chã, livro que resultou duma parceria entre estas duas escolas, apoiada pela autarquia barcelense, tendo a primeira escola elaborado os poemas e a segunda as ilustrações, com a colaboração dos alunos.

No segundo dia, sábado, dia 10 de Março, realizaram-se dois painéis. O primeiro, subordinado ao tema www.Literaciadigital.pt, teve a participação de Evandro Morgado, professor bibliotecário do Agrupamento de Escolas Bento Carqueja, em Oliveira de Azeméis, que falou das “leituras de vidros”, isto é, das novas teconologias aplicadas à produção de livros, de que é exemplo “O Mistério da Rainha Roxa”, livro que escreveu en coautoria com a sua esposa, e que reflete já a aplicação das TIC, pois traz uma pen que permite a interatividade com o leitor.

Por sua vez, Carlos Pinheiro, professor bibliotecário do Agrupamento de Escolas Padre Alberto Neto, em Rio de Mouro-Sintra, falou de “Leituras no Livro de Areia”, isto é, de novas formas de leitura, dos ebooks, dos livros electrónicos e dos vooks, filmes.

O segundo painel, subordinado ao tema “Entrelivros: como se leu e como se lê”, teve a participação de Fernando Pinto do Amaral, professor, poeta e ensaista, que defendeu as chamadas humanidades, isto é, o ensino da literatura, que nos dá uma visão do mundo muito própria. Salientou ainda que é fundamental as competências linguística e literária, devendo-se orientar e estimular os trabalhos originais dos alunos, para que investiguem e leiam. No fundo, trata-se de criar rotinas de leitura. O Comissário do Plano Nacional de Leitura anunciou ainda que o PNL vai elaborar listas de autores clássicos, universais e portugueses.

Por fim, João Manuel Ribeiro, professor, poeta e editor, falou de como se deve sentir e compreender a literatura, destacando alguns linhas pedagógicas, a importância do texto e da sua leitura, o carácter individual da resposta e o papel construtivo dos sentimentos. Sobre a leitura, destacou que esta deve ser uma actividade regular e continuada.
O II Encontro de Bibliotecas Escolares terminou com a realização de quatro workshops, de escrita criativa com recurso à web e a 3D, três caminhos para escrever mais e melhor, produção de ebooks e de animação com riso.
13-03-2012 - Correio do Minho

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