IPCA reclama melhores acessos rodoviários

João Carvalho, presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), manifestou ontem a “quase certeza que teremos melhores acessibilidades ao campus”.
No 17.º aniversário daquele estabelecimento de ensino, também uma residência universitária e um debate sobre a reorganização do ensino superior foram temas abordados.




À cerimónia — que incluiu a entrega de distinções a docentes e estudantes, que se destacaram durante o ano de 2011, e a outras individualidades que contribuíram para o desenvolvimento do IPCA, entre as quais o anterior presidente, José Lopes Nunes — assistiram, entre outros, os depu-tados Nuno Reis (PSD) e António Braga (PS).

Miguel Costa Gomes: IPCA não está no sítio certo

O IPCA “não está no sítio certo”, considerou o presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes. Ilustrando as dificuldades da autarquia para melhorar os acessos, o edil lembrou problemas legais a superar, como a passagem por propriedades privadas.

Frisou as dificuldades de financiamento e questões técnicas como a necessidade de análises de tráfego, estudos geológicos e geotécnicos.
Estes devem avançar no primeiro trimestre de 2012. Costa Gomes recordou que já em Maio de 2010 assinou um despacho no sentido de fazer avançar estes trabalhos.

Senhor Águas, taxista do ‘Café Central’ deu o mote

Um episódio especial da série satírica ‘Café Central’ iniciou a sessão solene. O taxista, senhor Águas, ao balcão, conta que viajou até Barcelos e compara os acessos ao IPCA à corrida Paris-Dakar. O filme deu o mote para reivindicações num contexto de bom humor mas também para lembrar a projecção do instituto, que colabora na produção daquela série que tem previstos para 2012 mais 180 episódios.
O presidente da Associação de Estudantes do IPCA, Hugo Lopes, aludiu aos cortes orçamentais e à acção social que neste estabelecimento contempla 14 euros por aluno, verba “desadequada”. Também ele destacou a necessidade de qualificação dos acessos ao ‘campus’ e apelou à construção de uma residência para alojar os estudantes que chegam de fora. Escasseia alojamento, sustentou.

Reorganizar o ensino superior

João Sobrinho Teixeira, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, procurou desmistificar a ideia de oferta excessiva de ensino superior. “Estamos à frente no insucesso do secundário”, vincou, considerando Portugal “um país esquisito”, pois “não há um só bastonário de uma ordem profissional que não se queixe de que há licenciados a mais”.

Advertiu para o “cuidado com as histerias colectivas” e comparou a realidade portuguesa a outros países, destacando que entre a população activa nacional há 14% com qualificação superior, quando na União Europeia a média ronda os 29%. Focou a desvantagem de Portugal no que concerne à conclusão do 12.º ano. Referindo-se ao equilíbrio entre o ensino universitário e o politécnico, apontou que este vector atinge taxas de 47% na Alemanha, 67% na Holanda e 52% na Finlândia.

António Marques, mais conhecido como presidente da Associação Industrial do Minho, falou como presidente do Conselho Geral do IPCA. Frisou a necessidade de “olhar de uma vez por todas” a organização do ensino superior, argumentou que os gordos “continuam gordos e os magros continua magros”. Como dirigente empresarial, preconizou a organização da oferta do ensino superior, articulando na região, a Universidade do Minho, o IPCA e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

20-12-2011 - Correio do Minho

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