Barcelos adopta Jerónimo

A Câmara de Barcelos inaugurou a maior exposição que alguma vez se fez a um artista, em Barcelos, intitulada “Até morrer de azul”, do pintor Jerónimo.


Na presença do vice-presidente da câmara, Domingos Pereira, Armandina Saleiro enquadrou esta exposição no âmbito da nova política cultural do Município, “que pretende valorizar os artistas barcelenses”, como Jerónimo.

No breve discurso de abertura da exposição, a vereadora destacou a obra do pintor e a sua relação íntima com a cidade de Barcelos, agradecendo o empenho do comissário e o apoio de todos os que contribuíram para esta grande mostra artística, incluindo o apoio mecenático para a publicação do catálogo. Armandina Saleiro reafirmou ainda a convicção de que esta exposição projecta mais a obra de Jerónimo e dar a conhecer a faceta literária deste autor, que é o objectivo da tertúlia agendada para o dia 19 de Fevereiro.

Após a inauguração, o público deslocou-se aos restantes espaços da exposição. A visita às obras expostas no salão nobre foi acompanhada por música barroca, por um quarteto de cordas do Conservatório de Música de Barcelos. O percurso da exposição inclui a Biblioteca Municipal, o Posto de Turismo e a Galeria Municipal de Arte.

Aqui, o público pôde ouvir a declamação de alguns poemas de Jerónimo, pelo jornalista barcelense Alberto Serra, acompanhado pelos sons da guitarra de André Pires, aluno do 8.º grau do Conservatório de Música de Barcelos. Em exposição estão cerca de centena e meia de quadros deste pintor, para além de outras peças artísticas e pessoais de Jerónimo, que dão uma panorâmica das cinco décadas de arte de Jerónimo.

A exposição está patente até ao dia 27 de Fevereiro para que Barcelos interiorize que é um dos principais temas de Jerónimo. Com este pintor, a iconografia barcelense ganhou um dos seus mais destacados intérpretes porque ele pintou ruas e praças, o rio e a ponte, as ruínas do castelo e a monumentalidade com a mesma intensidade com que pintou Cristos, mulheres, crianças, figuras populares... O traço artístico era o mesmo em tudo o que habitava a sua interioridade.

Primeiro em Brasília

Nasceu em 1935 e faleceu em 2003, em Braga. Foi o primeiro pintor português a expor em Brasília. Está representado em diversas colecções particulares nacionais e estrangeiras. Foi bolseiro da Fundação Gulbenkian e aluno da Escola de Belas-Artes do Porto.
É impossível imaginar a obra de Jerónimo sem a ligarmos a Barcelos porque, apesar de ter nascido em Braga onde viveu quase toda a vida, o autor manteve sempre uma forte ligação afectiva a Barcelos, que perdura nas obras que nos deixou.

Esta exposição - a maior que alguma vez se fez a um artista em Barcelos - é um tributo do Município ao homem e à obra. O pelouro da Cultura quis homenagear Jerónimo com este evento de grande relevância para a cidade e para o concelho, lançando, ao mesmo tempo, as sementes para um estudo mais aprofundado da sua obra. É esse o objectivo da tertúlia sobre a vida e a obra de Jerónimo, que o pelouro vai promover no dia 19 de Fevereiro, na Galeria Municipal de Arte de Barcelos.

A exposição está repartida por cinco espaços, correspondentes a cinco décadas da obra de Jerónimo.
A Sala Gótica, o Salão Nobre municipal, na Biblioteca Municipal, o Posto de Turismo e a Galeria Municipal de Arte acolhem uma década cada.
25-01-11 - Correio do Minho

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